NADANDO DE

BRAÇADA

SEMANA 10 – Impactos da Política Econômica nos Investimentos

Você já ouviu o termo Política Econômica?  Nessa semana, abordaremos o seu conceito, divisões e impactos para os investimentos de uma forma geral.

Política Econômica

A Política econômica é um conjunto de ações tomadas pelo governo para atingir objetivos específicos na situação econômica do País e, ainda, cumprir propósitos sociais.

Essa política pode ser dividida em: política monetária, política fiscal e política cambial. Confira os detalhes abaixo!

O que é Política Monetária?

É o conjunto de medidas adotadas pelo Governo visando adequar os meios de pagamento disponíveis às necessidades da economia do País, bem como, controlar a quantidade de dinheiro em circulação no mercado e que permite definir as taxas de juros. A política monetária possui alguns instrumentos que podem promover o aumento ou a redução da quantidade de moeda em circulação. No Brasil, alguns desses instrumentos que estão à disposição do Governo são: Depósito compulsório; Operações de Redesconto; Open Market (operações de mercado aberto).

  • Depósito Compulsório

    Representa uma parcela dos recursos depositados nos bancos que não pode ser aplicada, devendo ser depositada no banco central; limita a criação de moedas feita pelas instituições monetárias; atualmente existem 3 tipos de compulsórios: compulsório sobre depósito à vista, depósito a prazo e poupanças.

  • Open Market (Mercado Aberto)

    É a compra e ou venda de Título Público Federal executada pelo BACEN, é o instrumento mais ágil e eficaz que o governo dispõe para fazer política monetária.

  • Operação de Redesconto

    É a taxa de juros cobrada pelo Banco Central pelos empréstimos concedidos aos bancos; O BACEN realiza operações de redesconto às instituições financeiras.

Consequências da Política Monetária

Uma elevação na alíquota do depósito compulsório e o no redesconto provoca uma redução da liquidez e uma elevação nas taxas de juros, conseguindo também diminuir e controlar a inflação. Diminuindo o compulsório e o redesconto, consegue-se afetar positivamente o PIB, aumentando a inflação e liquidez no mercado.

O que é Política Fiscal

É o conjunto de medidas adotadas pelo Governo, dentro do orçamento do Estado, que visam obter as rendas indispensáveis à satisfação das despesas públicas. Política fiscal refere-se às decisões do governo sobre como e qual montante irá arrecadar de tributos (impostos, taxas e contribuições) e sobre quanto e de que forma irá gastar os recursos disponíveis.

Com um cenário de juros altos, o crédito fica mais caro (custo do dinheiro), com isso as pessoas consomem menos (menos compras), resultando em uma atividade econômica menor (indústrias produzem menos, pois a demanda está menor).

Em um cenário de juros baixos, o crédito fica mais barato (custo do dinheiro), com isso as pessoas consomem mais (mais compras), resultando em uma atividade econômica maior. Porém, esse aquecimento na demanda (procura por produtos/serviços) irá gerar um aumento nos preços (lei da oferta e demanda), gerando muitas vezes inflação (que se estiver em um nível muito alto não é positivo para o País).

O que é Política Cambial?

É a Política federal que orienta o comportamento do mercado de câmbio e da taxa de câmbio. O Brasil adota um regime de Política Cambial Flutuante sem Banda Cambial. Em um regime de taxas perfeitamente flutuantes, o BACEN não intervém no mercado, permanecendo inalteradas as reservas internacionais.

Como questões políticas afetam os investimentos?

Podemos compreender que a influência da política no mundo dos investimentos, existem em principalmente 3 vertentes: eleições, condução da política econômica e empresas estatais.

O primeiro e mais importante pilar é o das eleições. O resultado das eleições pode afetar diretamente os investimentos, principalmente em países emergentes. Nos países emergentes, constata-se democracias mais imatura que têm dificuldade em garantir o funcionamento pleno das instituições. Dessa forma, diferentes composições, tanto do executivo quanto do legislativo, interferem nos mercados financeiros. Isso varia, claro, de acordo com as inclinações político-ideológicas dos candidatos e suas visões sobre a economia. Nesse sentido, o mercado brasileiro se pauta bastante na corrida eleitoral de 4 em 4 anos, que é o caso das eleições presidenciais aqui no Brasil. No entanto, na metade destes anos, temos as eleições americanas, consideradas muito importantes para o mercado financeiro global, influenciando bastante os investidores e afetando os investimentos em geral. Já que o mercado de capitais americano é o mais importante do mundo, as direções da economia estadunidense afetam também os outros países.

O segundo grande pilar da política que afeta os investimentos é a condução da política econômica do país. A política econômica de um país, principalmente nas últimas décadas em escala global, segue os princípios basilares da macroeconomia que consistem em: crescimento econômico, pleno emprego, estabilidade de preços e controle inflacionário. No limite, a macroeconomia analisa o ambiente econômico da sociedade como um todo, assim como os impactos nas empresas. Isso permite que investidores, empresários e economistas prevejam melhor as tendências e comportamentos futuros. Para o mercado financeiro, um país atrativo é um país que demonstra responsabilidade fiscal e não demonstra risco de calote na dívida. Um país que mantém a inflação sob controle e pouca ingerência política e jurídica no mundo dos negócios.

O terceiro e último pilar da influência política sobre os investimentos são as empresas estatais. Empresas comumente chamadas de estatais são sociedades de economia mista em que o Estado é o acionista majoritário, mas o setor privado também é participante. Assim como outra qualquer empresa de capital aberto, as estatais devem entregar resultados e lucros aos seus acionistas. Estão, portanto, sujeitas a previsões de desempenho inferior, neutro ou superior ao esperado. Nas últimas duas décadas, as empresas estatais vêm sofrendo com forte ingerência política, pouca eficiência e resultados abaixo do esperado. Assim como escândalos de corrupção e improbidade administrativa. Evidentemente, todos os elementos acima denunciam uma má administração do Estado sobre suas empresas, o que afugenta os investimentos, é possível acompanhar as diretrizes, os releases, a administração e conselho das empresas, entre outras ferramentas de avaliação, para entender se vale investir, ou não, em determinada estatal. Obviamente, a administração das estatais também está relacionada às eleições, uma vez que o executivo que indica os presidentes das empresas.

Responsabilidade do Governo

Existem diferentes teorias econômicas que sustentam a atuação de governos na economia. Concepções e premissas diferentes são adotadas por políticos em épocas de campanha eleitoral para resumir sua posição sobre o futuro da economia do setor público, e, é claro, dos investimentos.

Correntes mais ligadas à esquerda econômica, em geral, acreditam na maior intervenção do estado na economia, via atuação ativa dos agentes públicos na promoção do desenvolvimento, por meio de empresas públicas, gastos públicos ou incentivos para setores da sociedade.

Correntes mais à direita, em sua maioria, acreditam em uma economia de mercado (privada), com prioridade total à competitividade, abertura comercial e intervenção somente regulatória do estado.

Claro que no plano prático, nenhum país representa os “tipos ideais” de cada lado econômico, podendo haver misturas de economias mais ou menos planificadas e mais ou menos neoliberais.

Investidores devem sempre ficar atentos à condução da política econômica de um país. Ela influencia diretamente no ambiente de negócios. Pode impactar os investimentos, seja pelo patamar da taxa de juros do país, seja pelo risco de não pagamento das dívidas, ou até pelo controle/descontrole da inflação.

Esperamos que tenha entendido um pouco mais sobre a influência da Política Econômica em um país e em seus investimentos. Aguardamos você na próxima semana para continuarmos #nadandodebraçada nesse universo! Até lá!

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