A taxa de juros é uma das variáveis mais importantes da economia e o componente mais importante do investimento em Renda Fixa.
É a taxa de juros que define o custo do dinheiro no tempo. Ela é expressa em percentual por unidade de tempo, isto é, ao dia, ao mês ou, o mais comum, ao ano.
Há vários fatores que influenciam a formação da taxa de juros: situação política e econômica (local e internacional), Risco país, inflação, fator tempo etc.
Para a definição dos níveis das taxas de juros para os diversos emissores, prazos e papéis o mercado é fundamental. E quem é o “Mercado”, que tanto se ouve falar? Somos informados que o mercado reagiu mal a determinada notícia ou que o mercado opera com expectativa positiva com relação a algo. O mercado é tão atuante, tão presente e tão sensível, que até parece uma pessoa!
Na verdade, o mercado é apenas o ambiente onde ocorrem as negociações de compra e venda de valores mobiliários, câmbio e mercadorias.
A Teoria Neoclássica assume que os preços de todos os bens e serviços negociados na economia são determinados pela “mão invisível” do mercado. Em sua abordagem, parte do princípio da atomização dos agentes, em que cada indivíduo ou empresa é pequeno o suficiente a ponto de não conseguir deslocar os preços de seu equilíbrio. “Pechir Gomes, Frederico; Ratton Brandi, Vinicius. Juros: O que você precisa saber a respeito”.
Partindo dessa teoria de valor, a Teoria Clássica da Taxa de Juros se desenvolveu a partir da ideia central de que ela surge como um preço de equilíbrio entre a demanda por recursos financeiros para investir e a oferta desses recursos para os diversos prazos e instrumentos de renda fixa.
Depois que entendemos o Mercado e como funciona a taxa de juros, vamos entender como se dá o registro do preço dos ativos. Os fundos de investimentos, fundos de pensão, bancos e seguradoras precisam seguir critérios contábeis para efetuar o registro dos ativos valorizados, obedecendo a legislação vigente.
Existem duas formas de precificar um ativo e são elas: marcação na curva e marcação a mercado.
Marcação na curva significa que o preço de um ativo será atualizado pela taxa por qual foi adquirido. A vantagem de ter os ativos precificados na curva é anular a volatilidade do mercado. Porém, o grande risco está na surpresa que o mercado pode trazer no momento de necessidade de se desfazer deles.
Na realidade, os preços dos ativos mudam o tempo todo em função das forças atuantes no mercado financeiro: a força compradora, definida pelos investidores que querem comprar, e a força vendedora, definida por aqueles que querem vender. Se houver mais investidores querendo comprar do que vender, o preço tende a subir. Da mesma maneira, se houver mais ofertas de venda do que de compra, o preço tende a cair. Essa é a lógica simples da lei da oferta e da procura, mas deve-se considerar não somente a quantidade de oferta e de procura, mas também o quanto se está disposto a comprar ou vender, ao ponto de aceitar o preço.
Assim, a marcação a mercado (MtM) traz a realidade de preços em cada dia, isto é, quanto cada ativo vale no mercado, caso fosse colocado à venda.
O exemplo a seguir indica o cálculo de um papel pré-fixado com preço de emissão é de R$ 1.000,00 e o preço negociado será impactado pelo ágio ou deságio, de acordo com a taxa de juros praticada no mercado.
Assim, o preço de aquisição será a somatória dos fluxos de caixa, trazidos a valor presente pela taxa negociada: