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Semana 7 - Taxas de Juros

Olá! Na semana passada falamos sobre Sistema Financeiro e Conceitos Econômicos e agora vamos falar um pouco mais sobre Taxas de Juros. Vamos lá?

O que é taxa de juros e como funciona

Vamos entender como funcionam os juros em relação a uma quantidade de dinheiro em um determinado período. Basicamente, os juros são uma remuneração percentual paga a quem disponibiliza um empréstimo ou realiza um investimento. Na prática, eles funcionam como uma compensação pelo tempo em que o dinheiro ficou emprestado ou investido. É muito importante saber como funciona uma taxa de juros porque ela está presente em diversos momentos do nosso dia a dia, como cheque especial, cartão de crédito, aplicações financeiras, empréstimos, entre outros.

Principais tipos de juros

Os juros simples são negociados com antecedência e não mudam com o passar do tempo, eles se refletem apenas no valor inicial do empréstimo ou do investimento.

Esse tipo de juros também é conhecido como "juros sobre juros", ou seja, é algo que continua agindo durante toda a duração do empréstimo, débito ou investimento. Dessa forma, a atualização é feita sobre o valor inicial e também sobre os juros dos meses anteriores. Precisamos ter cuidado com negociações feitas com juros compostos, principalmente quando age contra nós, como no cheque especial, porque provoca um efeito de “bola neve” em que quanto mais tempo você deixa de pagar, maior fica o valor da sua dívida. Em compensação, quando utilizamos esse tipo de juros a nosso favor, podemos ganhar muito com ele, como exemplo, temos as contribuições para os planos de previdência: quanto mais cedo você começar a poupar, mais seu dinheiro vai render com o efeito dos juros sobre juros.

Juros de mora ou moratória reincidem sobre o valor de acordo com o período de atraso, ou seja, quem não cumpre o combinado dentro do prazo deve arcar com essa indenização adicional.

Os juros nominais envolvem as correções monetárias sobre o valor em questão. Em geral, os financiamentos são calculados levando em conta esse tipo de juros, porque ele considera a inflação do momento do acordo.

Funcionam de maneira contrária aos nominais, não incluindo correção monetária e inflação em seu cálculo. Consequentemente, se a inflação em um período for igual a zero, tanto os juros nominais quanto os juros reais terão valores idênticos.

Diferença entre taxa fixa e taxa variável

Taxa fixa e variável são termos muito usados no mercado financeiro, mas também têm muito a ver com outras áreas. Se você pretende conhecer e entender sobre títulos do Tesouro Direto, por exemplo, vale a pena conhecê-las.

Em acordos ou negociações feitas com taxas variáveis, os juros cobrados podem variar ao longo do tempo. Com esse tipo de taxa, é praticamente impossível saber exatamente os rumos que os juros vão tomar. É uma incerteza, que pode trazer resultados bons ou ruins, dependendo das variações ocorridas. Podemos dizer que os investimentos classificados como pós-fixados têm um funcionamento muito semelhante ao dessas taxas. Por exemplo, um título de Tesouro pós-fixado pode estar vinculado à taxa Selic, conforme a variação da taxa Selic a rentabilidade pode alterar seja trazendo maiores ou menores rendimentos.

No momento de investir ou fazer um empréstimo, quando escolhe a taxa fixa, você já sabe quais serão os juros aplicados, não existindo surpresas negativas ou positivas e você pode prever a rentabilidade. No universo das aplicações financeiras, taxas fixas funcionam no estilo prefixado, pois você consegue saber com precisão qual será a rentabilidade acordada no momento da compra do título público. Portanto, por mais que o mercado e economia sofram grandes alterações, as taxas fixas são mantidas durante todo o período contratado.

No conteúdo da semana passada, em Indicadores Econômicos, falamos sobre as taxas SELIC, CDI, TR, IPCA e IGP-M, vamos recordar?
Taxa Selic

A taxa Selic também é conhecida como a taxa básica de juros do nosso país. Ela tem uma enorme importância na economia brasileira, porque exerce impacto em outros juros, além de ser um dos principais indicadores utilizados em títulos de renda fixa. O valor dela é definido pelo próprio Banco Central, a partir da reunião do COPOM (Comitê de Política Monetária).

Taxa CDI

Os Certificados de Depósito Interbancário são os títulos de emissão das instituições financeiras, que lastreiam as operações do mercado interbancário. Suas características são idênticas às de um CDB (certificado de deposito bancário), mas sua negociação é restrita ao mercado interbancário. Sua função é, portanto, transferir recursos de uma instituição financeira para outra. Em outras palavras, para que o sistema seja mais fluido, quem tem dinheiro sobrando empresta para quem não tem.

TR (Taxa Referencial)

A TR é utilizada como taxa de referência em alguns financiamentos ou investimentos.   A TR é utilizada também na remuneração dos títulos da dívida agrária (TDA), dos recursos das cadernetas de poupança e do FGTS. Compete ao BACEN calcular e divulgar a TR. Se você investe na poupança, já deve ter escutado falar da TR.

Taxa IPCA

É uma taxa que aponta a variação do custo de vida médio de famílias com renda mensal de 1 e 40 salários-mínimos. O governo federal usa o IPCA como o índice oficial de inflação do Brasil. Portanto, ele serve de referência para as metas de inflação e para as alterações na taxa de juros.

IGP-M

Índice geral de preços do mercado calculado pela FGV. Divulgado mensalmente. IGP-M/FGV é composto pelos índices, sendo mais afetado pelo IPA:

  • 60% do Índice de Preços por Atacado (IPA);
  • 30% Índice de Preços ao Consumidor (IPC);
  • 10% Índice Nacional de Custo de Construção (INCC).

O que difere o IGP-M/FGV e o IGP-DI/FGV é que as variações de preços consideradas pelo IGP-M/FGV referem ao período do dia vinte e um do mês anterior ao dia vinte do mês de referência e o IGP-DI/FGV refere-se a período do dia um ao dia trinta do mês em referência.

Esse índice é também conhecido como índice do aluguel, pois a maioria dos contratos imobiliários utiliza o IGP-M para reajuste

Impactos de Alterações das Taxas de Juros

A Selic tem influência em todas as taxas de juros do país, como dos empréstimos, financiamentos e das aplicações financeiras. Quando o BC altera a meta da Selic para baixo, a rentabilidade dos títulos atrelados a ela cai e, com isso, o custo dos bancos também diminui. Assim, uma redução da Selic, por exemplo, deve fazer com que os juros cobrados pelas instituições financeiras em empréstimos também caiam. O contrário ocorre quando a Selic aumenta: o custo dos bancos sobe e eles passam a cobrar mais pelos empréstimos.

  • Elevação nas taxas de juros, Selic, compulsório ou redesconto pode ocasionar: controle da Inflação, desaceleração da economia, desemprego (pela consequência na redução da Atividade Econômica), queda no PIB.
  • Redução nas taxas de juros, Selic, compulsório ou redesconto pode ocasionar: aumento na inflação, aceleração da economia, redução do nível de desemprego (aumento da atividade econômica), aumento no PIB.

E aí, já está mais familiarizado com a “sopa de letrinhas”? Esperamos que sim! Na próxima, semana falaremos sobre os principais papéis negociados no mercado local. Esperamos você, seus amigos e familiares! Até lá!

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